domingo, 21 de maio de 2017

Bananas correm risco de extinção

Bananas correm risco de extinção 

A banana é a fruta mais popular do mundo. E além dos seus predicados gastronómicos, já foi usada tanto para designar governos corruptos em países tropicais - as Repúblicas das Bananas - quanto para sinalizar algum comportamento estranho - no inglês «going bananas». Também se tem mostrado útil para atletas, como repositora de nutrientes. Quem é que não se lembra do tenista Gustavo Kuerten a comer bananas no intervalo dos jogos?

Actualmente, mais de 100 milhões de bananas são consumidas anualmente no planeta. Mas agora o mundo enfrenta uma nova ameaça que pode provocar, segundo especialistas, a extinção da variedade mais comum da banana, a Cavendish. E talvez da fruta em todas as suas espécies.
Tal possibilidade tem a ver com uma propriedade rural no condado de Derbyshire, Inglaterra. Ali, há 180 anos, foi desenvolvida a variação da fruta que se tornaria a mais consumida no mundo.



O jardineiro da propriedade de Chatsworth, Joseph Paxton, recebeu, em 1830, um cacho de bananas importadas das Ilhas Maurício. Paxton havia visto bananas num papel de parede de um dos 175 quartos da propriedade. Na esperança de cultivar o fruto, o jardineiro plantou o que seria a primeira bananeira daquela propriedade.

«Paxton esteve sempre atento a novas plantas exóticas e era bem relacionado, o que lhe permitiu saber que bananas haviam chegado à Inglaterra», comenta o actual jardineiro-chefe da propriedade, Steve Porter.

Em Novembro de 1835 a bananeira de Paxton finalmente deu frutos. Mais de 100, o que rendeu ao jardineiro a medalha durante a exposição da Sociedade Horticultural britânica.

A banana acabou por ser baptizada pelos empregados da propriedade de Cavendishii, já que Cavendish era o nome de família dos donos do local, a duquesa e o duque de Devonshire.
«Naquela época, era muito interessante para uma família inglesa plantar bananas e servir a fruta aos seus visitantes», diz Porter. «E ainda é», comenta.

Missionários acabaram por levar as bananas Cavendish para o Pacífico e Ilhas Canárias. Com a epidemia da Doença do Panamá, que dizimou as plantações de outros tipos de bananas a partir de 1950, mas não afectou a Cavendish, esta variação da fruta passou a ser a preferida de agricultores mundo afora.

A Cavendish era imune ao fungo assassino. E acabou por ser o tipo-exportação. A fruta rendeu, em 2014, 11 mil milhões de dólares em exportações da fruta, sendo o Equador o principal vendedor. O Brasil é o sexto maior produtor, com mais de sete milhões de toneladas produzidas, mas consome quase toda a banana que produz.

O problema é que, enquanto produtores aperfeiçoavam a banana Cavendish, encontrada em supermercados do Ocidente quase sempre com o mesmo tamanho e sem manchas, o fungo da Doença do Panamá também evoluiu. E, agora, ameaça seriamente as Cavendish.

O novo fungo é ainda mais poderoso do que o que atacou o tipo mais popular de banana antes dos anos 1950, a Gros Michel, e agora afecta plantações em diversos lugares no mundo. Mais de 10 mil hectares de plantações foram destruídos.

Como todas as Cavendish produzidas actualmente são clones daquela plantada pelo jardineiro Joseph Paxton há quase dois séculos, se uma for atingida, as demais também serão.

O fungo foi redescoberto em 1992, no Panamá, e detectado desde então na China, Indonésia, Malásia e Filipinas. E, de acordo com a Panama Disease.org, - entidade formada por cientistas holandeses para alertar sobre o perigo da doença - afetará logo, e em larga escala, plantações da América do Sul e África.

«O problema é que não temos outra variação da banana que seja imune à doença e que possa substituir a Cavendish», diz Gert Kema, especialista e produção da planta na Wageningen University and Research Centre, na Holanda, e um dos membros do Panama Didease.org.
Pesquisadores trabalham com duas linhas de acção para salvar a banana. Primeiro, conter o avanço da doença através de campanhas. Mas é mais fácil falar do que fazer, alerta Alistair Smith, coordenador internacional da organização Banana Link, que reúne cooperativas de agricultores ao redor do mundo.

«É mais ou menos possível conter (o fungo) com medidas severas, mas isso não significa que a doença não será transmitida», diz.

«Temos tecnologias mais avançadas agora do que tínhamos quando perdemos a Gros Michel», complementa Kema. «Podemos detectar e rastrear o fungo muito melhor do que antes, mas o problema persiste, pelo facto de que a Cavendish é muito vulnerável à doença.»

visualizado em (20/05/2017)

Mais um estudo revela por que comer um bife faz mal ao planeta

Mais um estudo revela por que comer um bife faz mal ao planeta


22.07.204 - PÚBLICO.PT | RICARDO GARCIA


Investigadores comparam impacto de vários produtos de origem animal com base em dados concretos da realidade norte-americana.

Já se sabia que comer um bife é um castigo aplicado ao planeta. Mas um novo estudo agora publicado deixa ainda mais claro que a carne de vaca é o alimento de origem animal com mais impacto sobre o ambiente. Requer 28 vezes mais terra, 11 vezes mais água, seis vezes mais fertilizantes e emite cinco vezes mais gases com efeito de estufa do que as carnes de porco e de aves, os lacticínios e os ovos.

“A clara mensagem é a de que a carne de vaca é de longe a categoria animal menos eficiente ambientalmente nas quatro métricas consideradas”, concluem quatro investigadores dos Estados Unidos e de Israel, num artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science.

Os investigadores basearam-se em dados entre 2000 e 2010 sobre áreas cultivadas, água de rega e uso de fertilizantes nos Estados Unidos. Também utilizaram dados sobre as emissões de gases com efeito de estufa, derivadas de análises de ciclo de vida – em que tudo o que é necessário para fazer um animal crescer é tido em conta.

O estudo avaliou o impacto da carne de vaca, de porco e de aves, e também dos lacticínios e dos ovos, que juntos representam 96% do consumo norte-americano de calorias de origem animal. Os peixes ficaram de fora porque pesam muito pouco nos hábitos alimentares do país – apenas dois por cento da energia de origem animal – e porque não havia dados suficientes.

Para produzir aquelas categorias de alimentos de origem animal, são necessários 3,7 milhões de quilómetros quadrados – mais de 40 vezes a área de Portugal – em culturas agrícolas e pastos. Também são consumidos 45 mil milhões de metros cúbicos de água, o que equivale ao consumo doméstico norte-americano, e seis milhões de toneladas de fertilizantes – metade do total nacional. As emissões de gases com efeito de estufa equivalem a 300 milhões de toneladas de CO2 – cinco por cento do total dos Estados Unidos e quatro vezes as emissões de Portugal.

Com muita massa e muito pouca eficiência alimentar, o gado bovino destaca-se claramente em primeiro plano. Para cada caloria contida num bife, são necessárias cerca de 35 calorias de pastagens e rações. Todas as outras categorias de produtos estão próximas ou abaixo da taxa de conversão usual entre dois elos da cadeia alimentar, que é de dez para um.

Os investigadores dizem que, embora o estudo seja baseado em dados dos Estados Unidos, as suas conclusões reforçam as preocupações quanto à exportação de hábitos alimentares para outros países, em especial a China e a Índia, os mais populosos do mundo. “Os nossos resultados podem ajudar a iluminar os caminhos que medidas legislativas correctivas podem tomar”, escrevem.

visualizado em (20/05/2017)



 


sábado, 20 de maio de 2017

Brasil lidera expansão do plantio de transgênicos. O que se planta aqui?

Brasil lidera expansão do plantio de transgênicos. O que se planta aqui?



A primeira planta geneticamente modificada no mercado americano foi um tomate que demorava mais tempo para estragar. Esse tipo de tecnologia não existe entre os transgênicos comercializados no Brasil

Em 2015, a área plantada de transgênicos caiu pela primeira vez em duas décadas no mundo. No ano de 2016, porém, houve uma reversão: a área plantada com sementes geneticamente modificadas aumentou 3%. E o Brasil foi protagonista nessa alta. De um crescimento mundial de 5,4 milhões de hectares, 4,9 milhões foram plantados no país, onde houve um salto de 11% na área com transgênicos. Nos Estados Unidos, o aumento foi de 3%. Os dados são do Isaaa (Serviço Internacional Para Aquisição de Aplicações Agro Biotécnicas), uma rede de centros de pesquisa que promove esse tipo de produto. 

Segundo a entidade, os EUA são o país com a maior área plantada de transgênicos, com 72,9 milhões de hectares. O Brasil vem em seguida, com 52,6 milhões de hectares. Transgênicos são plantas cujo material genético é alterado com o objetivo de atingir alguma característica desejada. A característica mais comum dentre os transgênicos aprovados no Brasil é a resistência a herbicidas. Como as plantas são resistentes a agrotóxicos específicos, agricultores podem despejá-los sobre a lavoura, matando ervas daninhas em volta sem prejudicar o alimento. Dessa forma, as plantas crescem com mais facilidade. 

Os tipos de transgênicos plantados no Brasil 

Nos Estados Unidos, o primeiro transgênico a entrar no mercado foi o tomate FlavrSavr, em 1994. Ele tinha como característica principal demorar mais tempo para estragar, mas seu sabor não agradou e ele deixou de ser produzido. Plantas com características como o FlavrSavr são hoje mais exemplos anedóticos do potencial dessa tecnologia do que uma realidade prática no mundo. Elas nunca chegaram em peso às prateleiras brasileiras.

O primeiro transgênico aprovado no Brasil foi uma espécie de soja produzida pela multinacional de biotecnologia Monsanto. Sua principal característica é ser resistente ao herbicida Roundup Ready, o nome comercial do glifosato, vendido pela mesma empresa. Segundo dados atualizados em janeiro de 2017 pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), daquele momento até então, a maior parte dos 63 transgênicos aprovados para plantio no país tem esse traço.


Em entrevista ao Nexo, a socióloga Marijane Lisboa, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e ex-representante de consumidores na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, responsável pela aprovação de transgênicos no país, afirmou que os principais tipos de transgênicos comercializados no Brasil e no resto do mundo são espécies de soja, algodão e milho. Dos 63 transgênicos aprovados no Brasil desde 1998, apenas dois não são dessas culturas. Um é um tipo de feijão criado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que é resistente ao vírus do mosaico.

Outro é uma espécie de eucalipto capaz de produzir mais madeira, criada pela empresa israelense FuturaGene. Marijane critica o fato de que, no geral, a tecnologia está atrelada ao uso de agrotóxicos. Além de resistência a herbicidas, outro traço comum é a produção de toxinas mortais a pragas, o que os torna mais resistentes. Em entrevista concedida em agosto de 2016 ao jornal “Folha de S.Paulo” na qual comentou a imagem negativa de transgênicos entre a população brasileira, Maria Lúcia Vieira, professora titular da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, afirmou que, além da produção de tecido, no caso do algodão, o principal destino dos transgênicos é a alimentação de animais para o abate. A pesquisadora avalia que esse fato contribui para que essas culturas não ofereçam risco à população.(...)

Link:https://www.nexojornal.com.br (visualizado em 6/05/2017)

Especialistas vão discutir produção de alimentos com sustentabilidade

Especialistas vão discutir produção de alimentos com sustentabilidade

A Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais, Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos (Abisolo) realiza de 11 a 13 de abril no auditório do Departamento de Engenharia da Esalq/USP, em Piracicaba, o seu quarto fórum que terá como tema Desafios e Inovações para uma Agricultura Sustentável.

        De acordo com os organizadores, o 4.º Fórum Abisolo quer reunir empresas de nutrição vegetal, técnicos e acadêmicos para discutir o futuro da produção agrícola sustentável. Para o segmento, só com o aprofundamento do conceito de sustentabilidade será possível dobrar a produção mundial de alimentos nos próximos 40 anos para atender à crescente população mundial que deverá chegar a 8 bilhões de pessoas em 15 anos.

        “Mais do que ampliar a área de produção – foram 48 milhões de hectares no Brasil, em 2010, com colheita de 146,4 milhões de toneladas de grãos –, é preciso aumentar ainda mais a produtividade por hectare, sem esquecer o respeito ambiental e às pessoas, a utilização de insumos de alta eficiência e baixo impacto, o cumprimento da legislação com foco na proteção dos recursos naturais, o uso eficiente de fertilizantes e de boas práticas de manejo”, afirma o presidente da Abisolo, Guilherme Romanini. A organização reúne 62 empresas ligadas à nutrição vegetal, com negócios de R$ 1,7 bilhão.

        Segundo Romanini, a produção brasileira de alimentos de origem vegetal avança, mas não no ritmo necessário. “A proposta do fórum é ampliar a discussão sobre a eficiência produtiva com responsabilidade ambiental e social, notadamente com o uso de novas tecnologias, que se mostram extremamente viáveis sob o ponto de vista de custos e resultados efetivos”, explica.

Link:http://domtotal.com.br (visualizado em 6/05/2017)

Má conservação dos alimentos no calor pode trazer problemas de saúde

Má conservação dos alimentos no calor pode trazer problemas de saúde

Ovos devem ser bem cozidos e as frutas, verduras e legumes lavadas adequadamente
Por conta do verão, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) faz um alerta para o consumo e a conservação dos alimentos, uma vez que os problemas digestivos, como as gastroenterites agudas, e as infecções bacterianas são comuns com o calor intenso.



Segundo a gastroenterologista do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual) Debora Poli, nesta época do ano, os ovos devem ser bem cozidos e as frutas, verduras e legumes lavadas e higienizadas adequadamente.

— As carnes de todo o tipo também devem ser conservadas corretamente. Outro alimento frequentemente consumido nesta época do ano e que oferece risco são as ostras e os mariscos. É importante verificar a procedência desses alimentos, que são consumidos crus.
Fuja dos falsos alimentos saudáveis

A recomendação é que se opte por alimentos ricos em água nesta época de altas temperaturas. Para manter a hidratação, o ideal é abusar do consumo de água pura ou de coco, bebidas isotônicas, sucos naturais e chás (evitar os chás preto e mate, que contêm grande quantidade de cafeína) e também de frutas, em especial melancia e melão.

— Os refrigerantes são ricos em açúcares e não são recomendados pelo teor calórico e nos casos de diarreia. Já o álcool, por si só, é um agente agressor da mucosa [revestimento interno] do aparelho digestivo. Qualquer forma de bebida alcoólica pode apresentar quadro de gastrites e piora do refluxo, com a típica sensação de queimação ou azia, até dor abdominal e diarreia. É o grande responsável por desidratação e toda aquela sensação de ressaca. O consumo excessivo de álcool pode levar à hepatite aguda e mais tardiamente à cirrose.

Segundo a especialista, outra questão importante é o cuidado com os idosos e as crianças, que são mais suscetíveis a problemas de saúde por serem mais frágeis e com maior propensão à desidratação.

— Caso a pessoa, de qualquer idade, apresente algum sintoma de problema gastrointestinal, é recomendável procurar um médico especialista que poderá indicar o tratamento adequado.

Link:http://noticias.r7.com (visualizado em 6/05/2017)

Mundo precisa de agricultura inteligente para conseguir alimentar população

Mundo precisa de agricultura inteligente para conseguir alimentar população

Um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Comissão de Agricultura Sustentável e Mudança Climática, formada por cientistas de diferentes países, afirma que são necessárias grandes mudanças na agricultura e no consumo de alimentos no mundo todo para que gerações futuras consigam se alimentar.

A Comissão de Agricultura Sustentável e Mudança Climática passou mais de um ano avaliando dados enviados por cientistas e responsáveis pela elaboração de políticas alimentares. De acordo com o documento publicado pela comissão, o setor agrícola precisa intensificar a sustentabilidade, diminuir o desperdício e reduzir as emissões de gases de efeito estufa das fazendas. A comissão foi presidida pelo professor John Beddington, o conselheiro científico mais importante do governo da Grã-Bretanha.



        "Se você vai gerar alimentos o bastante para enfrentar a pobreza de 1 bilhão de pessoas que não conseguem o alimento necessário, imagine com outro bilhão (de aumento na população global) dentro de 13 anos. Você vai precisar aumentar muito a produção agrícola", disse Beddington à BBC.
        "Você não pode fazer isto usando as mesmas técnicas agrícolas que usamos antes, pois isto iria aumentar muito as emissões de gases de efeito estufa no mundo todo", acrescentou.

        A atividade agrícola é considerada como provavelmente responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa, apesar de os números ainda serem indefinidos, pois uma grande proporção destes números é relativa à desmatamento com a limpeza de florestas para a criação de áreas cultiváveis e é muito difícil medir as emissões nestes casos. E, apesar de haver variações regionais, as previsões são de que a mudança climática reduza a produção agrícola.

        No caso do sul da Ásia, esta redução será dramática. Estudos sugerem que a produção de trigo pode cair pela metade em 50 anos.

        "Precisamos desenvolver uma agricultura que seja inteligente em relação ao clima - gerando mais produção sem as emissões de gases de efeito estufa", afirmou Beddington.
Técnicas variáveis

        A comissão foi estabelecida pelo Grupo Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês), a rede global de       instituições que trabalham com questões alimentares e de pobreza. O relatório final da comissão foi divulgado na conferência Planet Under Pressure (Planeta Sob Pressão, em tradução livre), que ocorre em Londres.

        A conferência de quatro dias promove o encontro de acadêmicos, ativistas e empresários para divulgar informações sobre políticas ambientais antes da conferência Rio+20, que ocorre em junho. Segundo Christine Negra, coordenadora do trabalho da comissão, as técnicas para renovação da atividade agrícola variam de acordo com as regiões.

        "Em lugares onde o uso de métodos orgânicos, por exemplo, é apropriado ou economicamente vantajoso e produz bons resultados sócio-econômicos e ecológicos, esta será uma ótima abordagem", disse.   "Em lugares onde, com o uso de organismos geneticamente modificados você possa enfrentar os desafios da segurança alimentar e questões sócio-econômicas, então estas serão as abordagens corretas, uma vez que seja provado que são seguras."
        A comissão também recomenda mudanças no sistema político e econômico em torno da produção e consumo de alimentos para encorajar a sustentabilidade, aumentar a produção e diminuir os impactos ambientais. Agricultores precisam de mais investimentos e informações, e governos precisam colocar a agricultura sustentável no centro das políticas nacionais, segundo o relatório.

Modelos existentes

Segundo o professor Tekalign Mamo, consultor do Ministério da Agricultura na Etiópia, os modelos para muitas das transformações necessárias já existem.

 Armazém de arroz (Reuters)

Políticas iniciadas no presente poderão evitar escassez no futuro
Um destes modelos, destacados no relatório, é o Programa de Segurança Produtiva da Etiópia, que começou em 2003 com a participação do governo e parceiros internacionais.
Mamo afirma que um dos aspectos destes modelos é que "é preciso conseguir bens domésticos, para que as pessoas não gastem todos os recursos em tempos de escassez crônica de alimentos".

"Outro é trabalhar em bens da comunidade, como construção de (dispositivos) de irrigação de pequena escala (...); as comunidades são donas destas atividades e também designam o trabalho livre, e o governo fornece incentivos como alimentos ou dinheiro para os que participam", afirmou.
O professor afirma que este modelo já tirou "1,3 milhão da população da pobreza e (levou para a situação de) segurança alimentar. E, ao mesmo tempo, também conservou e recuperou o meio ambiente".

O relatório também destacou outros projetos como a garantia na Índia de emprego nas áreas rurais ou as medidas para garantir a propriedade da terra para mulheres em países africanos.

Mas, o documento também recomenda mudanças na política agrícola de países desenvolvidos e cita como exemplo a questão do desperdício de alimentos.
"Se desperdiçarmos menos alimentos, teremos que produzir menos e menos gases de efeito estufa serão emitidos", disse Christine Negra.

Link:http://www.bbc.com/portuguese/noticias(visualizado em 6/05/2017)

Desperdício de alimentos no mundo é 3º maior emissor de CO2, diz ONU

Desperdício de alimentos no mundo é 3º maior emissor de CO2, diz ONU

Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos

A comida desperdiçada no mundo responde por mais emissões de gases causadores de efeito estufa do que qualquer país, exceto China e Estados Unidos, disse a ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira. Todos os anos, cerca de um terço de todos os alimentos para consumo humano, aproximadamente de 1,3 bilhão de toneladas, é desperdiçado, juntamente com toda a energia, água e produtos químicos necessários para produzi-la e descartá-la.



Quase 30% das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, são usadas em vão. No seu relatório intitulado "A Pegada do Desperdício Alimentar", a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO) estima que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados equivale a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.

Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, sugerindo que um uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços globais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e diminuir o aquecimento global.

No mundo industrializado, a maior parte do lixo vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas.

"A redução de desperdício de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60%, a fim de atender a demanda da população em 2050", diz a FAO.

A organização sugere que se melhore a comunicação entre produtores e consumidores para gerenciar a cadeia de suprimentos de forma mais eficiente, bem como investir mais na colheita, resfriamento e métodos de embalagem.

A FAO também disse que os consumidores no mundo desenvolvido devem ser encorajados a servir pequenas porções e fazer mais uso das sobras. As empresas devem dar comida excedente para instituições de caridade, e desenvolver alternativas para o despejo de resíduos orgânicos em aterros sanitários.

A FAO estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base em preços de produção.
O desperdício de alimentos consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares.