sábado, 26 de novembro de 2016

Nasceu o primeiro bebé “filho” de três pessoas

Nasceu o primeiro bebé “filho” de três pessoas
27 set, 2016 - 17:12

Aconteceu no México, pela mão de cientistas norte-americanos, que aproveitaram vazio legal. O objectivo deste procedimento “in vitro” é evitar a transmissão de determinadas doenças das mitocôndrias, herdadas apenas através da mãe.

   
Nasceu no México o primeiro bebé por fertilização “in vitro” fruto do material genético de três pessoas, revelou esta terça-feira a revista britânica da especialidade “New Scientist”.

A utilização do material genético de três pessoas para a reprodução só tem, actualmente, enquadramento legal no Reino Unido, desde Outubro de 2015. Uma equipa norte-americana a trabalhar no México aproveitou o facto de não existir legislação sobre a matéria nesse país, disse o chefe da equipa, John Zhang, à revista.

Segundo os cientistas, o objectivo deste procedimento é evitar a transmissão de determinadas doenças das mitocôndrias, as chamadas “baterias” das células herdadas apenas através da mãe. Um bebé nascido através deste procedimento tem, assim, duas “mães” e um pai genético.

O nascimento do rapaz, agora com cinco meses de idade, “é revolucionário”, de acordo com a equipa de investigadores.
A técnica controversa, que permite que os pais com mutações genéticas raras tenham bebés saudáveis, só foi legalmente aprovada no Reino Unido, segundo a revista. Mas, garante a “New Scientist”, o nascimento da criança, cujos pais, naturais da Jordânia, foram tratados por uma equipa norte-americana de embriologistas, deve traduzir-se num progresso em todo o mundo.

A mãe do bebé é portadora da síndrome de Leigh, uma doença que afecta o sistema nervoso em desenvolvimento. Os genes para a doença residem no ADN na mitocôndria, que é separada da maior parte do nosso ADN, alojado no núcleo de cada célula.

Cerca de um quarto de suas mitocôndrias têm a mutação responsável pela doença. A síndrome de Leigh foi responsável pelas mortes dos dois primeiros filhos da mulher. O casal procurou então a ajuda de John Zhang no Centro de Fertilidade New Hope, em Nova Iorque.

O método aprovado no Reino Unido, segundo explica a “New Scientist”, chama-se transferência pro-nuclear e envolve a fertilização do óvulo da mãe e de um óvulo dador com o esperma do pai. Antes de os óvulos fertilizados começarem a dividir em embriões, em estágio inicial, cada núcleo é removido. O núcleo do óvulo fertilizado do dador é descartado e substituído pelo do óvulo fecundado da mãe.

Mas esta técnica não era apropriada para o casal -- como muçulmanos, opunham-se à destruição de dois embriões. Então, Zhang experimentou uma abordagem diferente. Removeu-se o núcleo de um dos óvulos da mãe e inseriu-se num óvulo dador cujo núcleo tinha sido também removido. O óvulo resultante, com o ADN nuclear da mãe e o ADN mitocondrial de um dador, foi então fertilizado com o esperma do pai.

A equipa de Zhang usou esta abordagem para criar cinco embriões, dos quais apenas um se desenvolveu normalmente. Este embrião foi implantado na mãe e a criança nasceu nove meses depois. Nenhum método foi aprovado nos EUA, por isso Zhang escolheu ir para o México, onde diz que "não há regras".


A preocupação que subsiste é a segurança. Os últimos embriologistas que tentaram uma variação deste método quiseram criar o ADN do bebé através de três pessoas, na década de 1990, quando injectaram ADN mitocondrial de um dador no óvulo de outra mulher, juntamente com o esperma de seu parceiro. Alguns dos bebés passaram a desenvolver doenças genéticas, e a técnica foi proibida.

Será possível rejuvenescer os óvulos?

Será possível rejuvenescer os óvulos?
25/1/2016, 13:09


Uma técnica de reprodução medicamente assistida desenvolvida nos Estados Unidos poderá vir a ser testado no Reino Unido. Falta saber se há evidências científicas de que resulte.


Quando nasce, a mulher já tem todos os óvulos de que poderá dispor para a sua vida reprodutiva. Mas a validade destes óvulos é relativamente curta e a partir dos 35 anos a fertilidade na mulheres cai a pique. Com uma vida profissional cada vez mais exigente, muitas mulheres deixam passar o período mais fértil – entre os 25 e os 30 anos – e podem ter de recorrer a técnicas de reprodução medicamente assistida. Agora, Simon Fishel, da clínica de fertilidadae britânica Care Fertility, pediu autorização à Agência para a Fertilização Humana e Embriologia (Reino Unido) para conduzir um ensaio clínico com uma nova técnica.

A ideia é encontrar e recolher células percursoras dos óvulos (linhas celulares germinativas) que ainda mantenham mitocondrias jovens – a “fábrica” de energia das células -, noticiou o jornal britânico The Telegraph. Depois, essas mitocondrias seriam colocadas nos óvulos maduros para lhes rejuvenescer pelo menos uma parte do funcionamento.Os cientistas querem conduzir um ensaio clínico inicial com 20 mulheres já a partir do próximo ano, mas o laboratório norte-americano OvaScience, que desenvolveu a técnica “Augment”, ainda tem de conseguir que o ensaio seja aprovado pela agência norte-americana do medicamento (FDA, na sigla em inglês).

A primeira grande dúvida que surge neste momento é se existem realmente células percursoras de óvulos de onde se possa retirar as mitocondrias jovens. “É difícil de acreditar. Há uma grande quantidade de observações que sugerem que não restam linhas germinativas nos ovários de ratos uma semana após o nascimento. Não há nenhuma boa evidência em nenhum modelo animal que haja linhas celulares germinativas que dêem origem a oócitos”, disse, citado pelo The Telegraph, Robin Lovell-Badge, investigador Francis Crick Institute. “A OvaScience está a cobrar muito dinheiro por esta técnica e não há muita evidência de que tenha algum resultado. Até podem ter alguma informação que mostre que funciona, mas até agora não a vi.”

Marta Devesa, investigadora no Hospital Universitário Quiron-Dexeus (Barcelona), apresentou, em 2015, no congresso anual da Sociedade Europeia de Reprodução e Embriologia um relatório em que mostrava que as mulheres a partir dos 35 anos deveriam congelar os óvulos para garantir que conseguiam engravidar mais tarde com os próprios óvulos caso quisessem.

Mas Ana Teresa Santos, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução, já tinha dito ao Observador, noutro momento, que: “A gravidez em idade tardia também tem riscos mesmo que os óvulos sejam jovens”. Para Josephine Quintavalle, ativista no grupo de ética de reprodução humana Corethics, citada pelo The Telegraph: “Há um grande foco neste momento em manipular e brincar com os óvulos, mas uma abordagem mais simples seria educar as mulheres para entenderem a sua biologia e garantir que a sociedade lhes permitia ter filhos enquanto são novas.”


EVOLUÇÃO DO CROMOSSOMA Y PODE FAZÊ-LO DESAPARECER (E AOS HOMENS TAMBÉM)

EVOLUÇÃO DO CROMOSSOMA Y PODE FAZÊ-LO DESAPARECER (E AOS HOMENS TAMBÉM)
7 Novembro, 2016

De acordo com estudos recentes, o cromossoma Y, que só os homens possuem, está a deteriorar-se e pode vir a desaparecer completamente num futuro próximo.
Esta conclusão assustadora é do biólogo evolucionista Mark Pagel que, recentemente, escreveu um artigo sobre o tema para a BBC.
Pagel indica que os nossos antepassados do sexo masculino tinham cerca de 1.400 genes. No entanto, hoje em dia os homens não transportam mais de 27, enquanto as mulheres têm cerca de mil.
Entretanto, embora o cromossoma Y tenha muito poucos genes funcionais, é muito resistente e tem um papel fundamental no desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos.
Os cromossomas são estruturas localizadas no núcleo da célula. Os seres humanos têm 23 pares de cromossomas, mas apenas um par deles (Y e X) determina se o feto será do sexo feminino ou masculino.
Assim, as mulheres têm dois cromossomas X (XX) e os homens portam um cromossoma X e um cromossoma Y (XY). Um menino herda um cromossoma Y do seu pai e um cromossoma X da sua mãe, enquanto uma menina herda um cromossoma X da sua mãe e outro do seu pai.
No entanto, de acordo com investigadores, o cromossoma Y tem vindo a evoluir muito mais rápido do que o cromossoma X e começou a perder genes, o que poderá resultar mesmo no seu desaparecimento e, como tal, no desaparecimento dos homens.

NASCIMENTOS VIRGINAIS

O nascimento virginal ou partenogénese é o desenvolvimento de um feto a partir de uma célula feminina que não foi fertilizada. Noutras palavras, um tipo de reprodução assexual que poderá vir acontecer entre os seres humanos caso os homens deixem de existir.No mundo animal, já há algumas espécies que se reproduzem naturalmente por partenogénese como, por exemplo, insetos, anfíbios, répteis, aves e tubarões.
POR QUE É QUE OS HOMENS SÃO NECESSÁRIOS?

Apesar desta assustadora versão da história, o biólogo usa, no mesmo artigo, alguns fatores em defesa do seu género.
Por exemplo, para Pagel, a competição sexual garante que os indivíduos pouco aptos para a reprodução sejam excluídos do processo. Portanto, a seleção sexual não só contribui para a preservação da saúde do património genético como ainda evita a sua extinção.

Além disso, durante séculos foi considerado inaceitável que uma mulher tivesse filhos sem um homem ao seu lado, e esta ideia de que uma criança precisa dos dois pais para crescer feliz, embora seja discutida, tornou-se tão normal na nossa sociedade que o desaparecimento dos homens poderia acarretar efeitos graves para a psicologia dos seres humanos, escreve.

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